RPG Imaginarium
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Imaginarium RPG

Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Palavras-chaves

elfos  

Últimos assuntos
» Solicitação de Photoplayer [PP]
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyQui Nov 27, 2014 9:58 pm por Violet Saytzeff

» [FP] Fontaine, Aimée
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyTer Nov 25, 2014 12:12 pm por Mestre

» Solicitação de Poderes Exclusivos [Anjo]
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptySeg Nov 24, 2014 12:20 am por Zabkiel, o Arcanjo

» [FP] Zabkiel, o Arcanjo
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptySeg Nov 24, 2014 12:20 am por Aimée Fontaine

» [FP] Tasardur, Daeron
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyDom Nov 23, 2014 10:01 pm por Aimée Fontaine

» [FP] William Fenris
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyDom Nov 23, 2014 7:17 pm por Daeron Tasardur

» [FP] Fenris, Dominik
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyDom Nov 23, 2014 7:02 pm por Daeron Tasardur

» História de Imaginarium
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptyDom Nov 23, 2014 12:02 am por Mestre

» Aimée - Rascunho
Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post EmptySáb Nov 22, 2014 1:32 am por Aimée Fontaine

maio 2024
SegTerQuaQuiSexSábDom
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Calendário Calendário

Parceiros
Fórum grátis


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post

Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

1Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post Empty Tutorial: Qualidades Para Um Bom Post Qua Nov 19, 2014 12:12 am

Hans Von Kroussi

Hans Von Kroussi
Fundador
Fundador


Qualidades para um bom post

É evidente que a arte literária não pode mais ser reduzida a um conjunto de normas inflexíveis com espanto meramente histórico. Contudo, há de se convir que, em um sentido amplo, existe a necessidade de se seguir um grupo de protocolos como por exemplo os preceitos éticos da invenção, da disposição e da elocução, que são:

• A Invenção deve ser original;
• A Disposição deve respeitar o principio da variedade dentro da perfeita unidade do tema;
• A Elocução deve subordinar-se aos princípios de pureza da linguagem, aos princípios da correção gramatical, da clareza e da harmonia.

Assim, se por um lado, é aconselhável a reprodução dessas qualidades a quem quer que se dedique a escrever, por outro, há quem pregue a renovação e quebra desses preceitos ora com o emprego de palavras de cunho popular ora com a implantação dos ideais vanguardistas do início do século passado.

Mais aconselhável ainda, é a harmonização desses dois extremos: utilizando assim o vocabulário mais comum afim de trazer facilidade de entendimento para o texto, mas sem torna-lo uma repetição enfadonha de jargões e fazer da sua escrita algo pré-escolar; e sem exagerar também no seu inverso, o exagero de expressões eruditas e por vezes arcaicas encontradas no dicionário, no afã de emprestar à composição um aspecto nobre, o que, em ultima análise, não seria conseguido pois tal procedimento só poderia limitar o alcance da mensagem, pois empresta um aspecto de esfinge ao texto (“decifra-me ou devoro-te”).

Feita essa rápida introdução vamos a uma abordagem mais específica e mais clara:

Clareza

Ser bem compreendido é talvez a maior angustia de quem escreve. É, portanto, útil que se realce a clareza para o estilo. A primeira recomendação que se faz necessária no estudo dessa qualidade da prosa, é evitar o acúmulo de muitas orações no mesmo período. Os pensamentos, para serem expressos precisam ser metodicamente distribuído. Shopenhauer diz que "não pode alguém pensar, nitidamente, de cada vez, senão um pensamento. Não lhe podemos exigir, portanto, que a pense, ao mesmo tempo dois e sobretudo vários."

Ora, considerando tal fato, urge que, ao escrever, coloquemos as idéias ordenadamente, não cedendo ao impulso motivado muito frequentemente, pelo entusiasmo de expor a um só fôlego todo o conteúdo que se deseja transferir da mente para os outros jogadores. Tal desordem comprometerá irremediavelmente a clareza.

O que não é também sinônimo de uma escrita estritamente denotativa ao contrário do que se possa imaginar. Friedrich Nietzsche, sem dúvida um dos maiores oradores, – senão o maior, – tinha uma escrita bastante peculiar se comparada aos demais intelectuais de sua época. Cheia de lirismo, no entanto, de sua obra várias e diferentes leituras foram feitas através dos anos e isso não é necessariamene ruim. O mesmo ocorreu, certa vez, num vestibular do Rio de Janeiro em que numa determinada questão se perguntava o que Carlos Drummond de Andrade quis dizer no seu poema "No meio do Caminho" e o gabarito oficial apontava como sendo a pedra, conotativamente, a representação dos problemas mundanos e que na verdade o poema tratava sobre a vida. Carlos, que ainda era vivo, foi então aos jornais e desmentiu essa historia afirmando que quando escreveu a pedra era pedra mesmo e não tinha pensado em nenhum outro significado, mas o fato dele ter alegado tal coisa não diminui o carater metafórico da pedra. O que se conclui disso é que não importa o que se quis dizer sobre qualquer coisa e sim o que foi dito, e digo mais: é preciso qualidade para emprestar a uma mesma frase ou a um mesmo enredo multisignificados.

Precisão vocabular

Quando se escreve, diversos vocábulos e formas de construção das orações ocorrem-nos no espírito para a expressão de uma mesma idéia. Só existe, porém, uma forma, a forma ideal, aquela que o autor do post queria implicitar. Sobre isso afirmou La Bruyère:

"... Tudo mais, fora dela, é fraco e não satisfaz o homem de espírito que se quer fazer ouvir. Um bom autor, cuidadoso no escrever, observa muitas vezes que a expressão buscada há muito, desconhecida e enfim achada, era a mais simples e natural, a que deveria se concluir logo, sem esforço."

O que se tira disso é que geralmente a melhor expressão é aquela que primeiro nos vêm a mente. Chama-se isso ready-made e consiste justamente nessa maneira automática e espontânea de escrever que muita das vezes dá ao texto aquele quê de satisfatório ao qual buscamos exaustivamente. Se isso não ocorre, entretanto, deve ter a raiz do problema em nossa bagagem cultural ou mesmo em fatores exógenos como por exemplo o barulho, fome, cansaço intelectual. Cabe aqui, então, o descanso, a alimentação, a supressão da fonte sonora e em último caso a prática da leitura e o exercício da atividade de escrever.

Correção

Não é o mais importante dos atributos para os bons posts, mas com certeza aquele que será mais cobrado, aquele que se permita cometer erros gramaticais grosseiros com certeza será motivo de riso entre os leitores. Enfim: como facilmente se depreende, consiste, essa virtude, em enunciar-se corretamente os pensamentos ou sentimentos, segundo a regra gramatical vigente, evitando-se os erros sintáticos, semânticos, ortográficos, e etc. Excetuando, somente quando são erros propositais, mas mesmo esses sã dosados a sua maneira, utilizando-se do recurso em situações excepcionais e por quem domina a lingua, porque somente assim é feito com a elegância necessária. Eis um trecho de Grandes Sertões: veredas de Guimarães Rosa para exemplificar a supracitada elegância:

“– NONADA. TIROS QUE O SENHOR ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser – se viu –; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, cara de cão: determinaram – era o demo. Povo prascóvio. Mataram. Dono dele nem sei quem for. Vieram emprestar minhas armas, cedi. Não tenho abusões. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente – depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte. Do demo? Não gloso. Senhor pergunte aos moradores. Em falso receio, desfalam no nome dele – dizem só: o Que-Diga. Vote! não... Quem muito se evita, se convive. Sentença num Aristides – o que existe no buritizal primeiro desta minha mão direita, chamado a Vereda-da-Vaca-Mansa-de Santa-Rita – todo o mundo crê: ele não pode passar em três lugares, designados: porque então a gente escuta um chorinho, atrás, e uma vozinha que avisando: – “Eu já vou! Eu já vou!...” – que é o capiroto, o que diga... E um José Simpilício – quem qualquer daqui jura ele tem um capeta em casa, miúdo satanazim, preso obrigado a ajudar em toda ganância que executa; razão que o Simpilício se empresa em vias de completar de rico. Apre, por isso dizem também que a besta pra ele rupeia, nega de banda, não deixando, quando ele quer amontar... Superstição. José Simpilício e Aristides, mesmo estão se engordando, de assim não-ouvir ou ouvir. Ainda o senhor estude: agora mesmo, nestes dias de época, tem gente porfalando que o Diabo próprio parou, de passagem, no Andrequicé. Um Moço de fora, teria aparecido, e lá se louvou que, para aqui vir – normal, a cavalo, dum dia-e-meio – ele era capaz que só com uns vinte minutos bastava... porque costeava o Rio do Chico pelas cabeceiras! Ou, também, quem sabe – sem ofensas – não terá sido, por um exemplo, até mesmo o senhor quem se anunciou assim, quando passou por lá, por prazido divertimento engraçado? Há-de, não me dê crime, sei que não foi. E mal eu não quis. Só que uma pergunta, em hora, às vezes, clareia razão de paz. Mas, o senhor entenda: o tal moço, se há, quis mangar. Pois, hem, que, despontar o Rio pelas nascentes, será a mesma coisa que um se redobrar nos internosdeste nosso Estado nosso, custante viagem de uns três meses... Então? Que- Diga? Doideira. A fantasiação. E, o respeito de dar a ele assim esses nomes de rebuço, é que é mesmo um querer invocar que ele forme forma, com as presenças! Não seja. Eu, pessoalmente, quase que já perdi nele a crença, mercês a Deus; é o que ao senhor lhe digo, à puridade. Sei que é bem estabelecido, que grassa nos Santos-Evangelhos. Em ocasião, conversei com um rapaz seminarista, muito condizente, conferindo no livro de rezas e revestido de paramenta, com uma vara de maria-preta na mão – proseou que ia adjutorar o padre, para extraírem o Cujo, do corpo vivo de uma velha, na Cachoeira dos-Bois, ele ia com o vigário do Campo-Redondo... Me concebo. O senhor não é como eu? Não acreditei patavim. Compadre meu Quelemém descreve que o que revela efeito são os baixos espíritos descarnados, de terceira, fuzuando nas piores trevas e com ânsias de se travarem com os viventes – dão encosto. Compadre meu Quelemém é quem muito me consola – Quelemém de Góis. Mas ele tem de morar longe daqui, na Jijujã, Vereda do Buriti Pardo... Arres, me deixe lá, que – em endemoninhamento ou com encosto – o senhor mesmo deverá de ter conhecido diversos, homens, mulheres. Pois não sim? Por mim, tantos vi, que aprendi. Rincha-Mãe, Sangued’Outro, o Muitos Beiços, o Rasgaem-Baixo, Faca-Fria, o Fancho-Bode, um Treciziano, o Azinhavre... o Hermógenes... Deles, punhadão. Se eu pudesse esquecer tantos nomes... Não sou amansador de cavalos! E, mesmo, quem de si de ser jagunço se entrete, já é por alguma competência entrante do demônio. Será não? Será?”

E tenho dito.

Elegância

Consiste na habilidade de adotar uma linguagem agradável e original. É certo, porém, como já foi abordado anteriormente, que para a obtenção de um estilo faz-se necessário o convívio com as chamadas “belas letras” que pode ser através de influências ora com os grandes autores ora com os players de desempenho elogiável. Não é, contudo, menos certo que o estilo peculiar desses influenciará em maior ou em menor grau o nosso.

Tal influência deve ser relativa, para que não vire meramente uma imitação.

REFERÊNCIAS :

Roteiro de Redação: lendo e argumentando / Valença, A., Cardoso, D.P., Machado, S.M., Coord. Viana, A.C., São Paulo, SP editora Scipione, 1989.

AGRADECIMENTOS


Alexander Arraght, autor do tutorial.

Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos